UMA NOITE DE INSÔNIA
Mara Gonçalves
Um corpo rola na cama
Não há como se acomodar
Travesseiros invadem o espaço
que deveria ser só seu.
A coberta pesa
A escuridão apavora
Aflição!
Procura-se uma companhia
Apenas um cigarro disponível
Acendê-lo não ilumina a alma
A fumaça denuncia
Solidão!
Da atmosfera pesada
Sobressaem pálpebras endurecidas
Olhos secos sedentos por respostas que não vêm
O barulho ensurdece
Angustia!
A noite morosa parece interminável
As estrelas lá fora
quase apagadas
Oferecem mais um dia que chega
Não há paz no quarto
Nem luz acesa
Reflexão!
O sol, tímido, penetra através da cortina
Amanheceu!
Surgiu do corpo não mais aflito
Uma enorme vontade de dizer
Bom dia!!!
Mara Gonçalves /1999
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